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Foto do escritorMonica Levy Andersen

Bom sono = mais saúde



Trabalho, cuidar dos filhos, da vida pessoal e social não é fácil, e arranjar tempo suficiente para um belo descanso, a boa noite de sono ao final do dia fica cada vez mais difícil. Aquela história de que devemos dormir durante 8 horas por dia não é bem lá verdade, mas devemos ter uma atenção especial na hora daquele "soninho bom de cada dia".


"De um modo geral, não há uma quantidade universal que deva ser atingida toda noite para que pela manhã as pessoas sintam-se bem. Ao contrário, a quantidade ideal de sono parece ser adequada a cada pessoa dentro de uma faixa relativamente ampla", esclarece Monica Andersen, pesquisadora do Instituto do Sono, de São Paulo.

Ela conta que o importante não é dormir durante uma quantidade específica, mas sim, o número de horas que o corpo pede. "Deve-se buscar identificar o número ideal de horas de sono por noite para cada indivíduo, para que então esta quantidade seja respeitada e suficiente para que, ao acordar, as pessoas sintam-se com as energias restabelecidas".


Dificilmente dormimos o tempo que queremos, mas o segredo é se organizar, para que o sono não fique em débito, trazendo problemas para a saúde física e mental. Não dormir direito pode resultar em falta de energia para o exercício das atividades do dia seguinte e até levar à morte.


"A falta de sono é extremamente venenosa a saúde e isso pode ser constatado no caso da uma grave doença chamada ‘Insônia Familiar Fatal’. Nesta doença, a partir de um dado momento da vida o indivíduo perde a capacidade de dormir de forma eficiente e, em alguns meses, o óbito se dá pela completa falta de sono", alerta Monica.

A especialista ressalta alguns outros prejuízos que a falta de sono pode ocasionar, como "o déficit causado ao sistema imunológico, predispondo a um maior número de infecções e alterando os mecanismos de resposta inflamatória; o aumento da sensibilidade dolorosa e a ligação da falta de sono às doenças reumatológias, como a fibromialgia (dores musculares extremas); a relação com eventos cardiovasculares, como infarto do miocárdio e aumento da pressão arterial".


Além disso, a médica lembra que diversos hormônios e neurotransmissores podem ter a ação alterada por conta da falta de sono. "A prolactina (hormônio importante para a formação de leite), por exemplo, é liberada durante o sono. Com a privação de sono, muitas mulheres com ‘dupla jornada’, têm sua produção de leite comprometida", especifica.


O comportamento de cada indivíduo também corre o risco de sofrer modificações se o organismo não conseguir descansar aquelas "horinhas milagrosas" de todo dia. "De modo geral, a privação de sono está intimamente ligada à agressividade e impulsividade em adultos e, especialmente, em crianças. Além disso, diversos outros comportamentos, tais como o comportamento sexual e o alimentar são marcadamente alterados pela falta de sono", afirma Monica.


Funções cognitivas, ou seja, aprendizado e lógica, também são alterados por conta do déficit de descanso que a falta de sono abriga. Segundo a pesquisadora, memória e domínios como a atenção e o alerta estão drasticamente diminuídos após a restrição de sono. E não é apenas ‘não dormir’ que pode ser prejudicial. Dormir mal também é prejudicial à saúde. "O aproveitamento adequado das diversas fases do sono nos ajuda a restabelecer a disposição física necessária para as atividades do dia-a-dia".


Monica conta que é durante o sono que reestruturamos a parte psíquica da nossa mente, o que nos ajuda a enfrentar melhor o próximo dia. Sem contar que é durante o sono que armazenamos melhor tudo aquilo que absorvemos pela memória. "Uma boa noite de sono tem efeitos restauradores, sobretudo após períodos de restrição ou fragmentação de sono", afirma.


Mesmo assim, ela garante que o primordial é manter bons hábitos de sono e, não somente, praticá-los quando possível.


"Horários adequados e constantes para dormir e acordar são a melhor garantia para os efeitos positivos do sono de qualidade, resultando em bem-estar e satisfação aos indivíduos que os mantém", encerra.

Levando em consideração que, em média, deveríamos passar cerca de um terço da nossa vida dormindo, é bom repensar no que você anda fazendo com o seu sono.


Fonte: Mais Equilíbrio

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